Biografia João Batista Salgueiro
JOÃO BATISTA SALGUEIRO
(☆ 02.04.1915 – ✞ 13.09.1988)
Filho dos imigrantes espanhóis João Batista Vera e Maria Batista Salgueiro Gamero, João Batista Salgueiro, nasceu no dia 02 de abril de 1915, na cidade de Curitiba-Pr. Ali viveu até os 08 anos de idade. Nessa ocasião – em 1923 – sua família mudou-se para Piraquara, vindo fixar residência na localidade denominada Palmeirinha. Local este, onde atualmente se encontra as instalações do Complexo Penal do Estado (Penitenciária Central, Colônia Penal, além de outros estabelecimentos prisionais). Quando ocorreu a desapropriação daquela área, sua família se transferiu para uma nova propriedade denominada “Sá Tucá”, que se localizava onde atualmente é a chácara “Betânia”.
João Batista Salgueiro casou-se com Albertina Biss. Dessa união nasceram sete filhos: Maria Guilhermina, Terezinha, José Altevir, João Antônio, Jacira do Rocio, Edson Augusto e Laertes Batista Salgueiro. O apelido – “Migistro” – que o acompanhou por toda a sua vida, teria sido dado por sua mãe quando ele era ainda criança, e o seu significado teria relação com o fato de ele ter uma irmã gêmea.
Iniciou as suas atividades profissionais que se resumiam aos trabalhos de agricultor e na criação de gado leiteiro. Algum tempo depois, mudou-se de residência mais uma vez, vindo a fixar-se numa localidade próxima denominada Laranjeiras. Mais propriamente num local muito próximo de onde atualmente está o cruzamento do viaduto do Contorno Leste com a Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel.
Posteriormente, por volta do ano de 1951, passou a residir na casa paterna para prestar os seus cuidados à sua mãe e em conseqüência disso passou a ficar mais próximo do loteamento que acabara de ser criado próximo daquela residência e que era de sua propriedade – o “Jardim Primavera das Laranjeiras”.
No ano seguinte – 1952 – passou a atuar profissionalmente como Corretor Imobiliário, comercializando os terrenos de seu loteamento. Esta ocupação, aliás, ele exerceu até o ano de 1978. Quando então vendeu os imóveis remanescentes para a empresa Gava. Também trabalhou por um largo tempo como motorista de taxi, em Piraquara. Através do exercício dessa profissão, notabilizou-se na cidade. Nascendo daí o seu interesse pela política local.
Assim sendo, lançou-se candidato a uma das vagas de vereador para as eleições municipais que se realizariam no dia 03 de outubro de 1955. Disputando esse pleito pela coligação PSP/PTB, elegeu-se para o cargo ao ter alcançado 89 votos. Durante o quatriênio em que exerceu o seu mandato, participou da mesa executiva da Câmara Municipal ocupando a segunda secretaria nos anos de 1956 e de 1958.
Nas eleições municipais realizadas em 04 de outubro de 1959, concorrendo pelo PTB, alcançou a terceira suplência após obter 51 votos. Em virtude do pedido de licença do titular da vaga – Dr. Rached Saliba Smaka – e graças a renúncia do segundo suplente – Walter Oliveira Mazari – assumiu por um curto período entre os meses de maio e julho de 1963. Ao disputar nesse mesmo ano, mais uma vez as eleições legislativas – dessa vez pela coligação PTB/PSD – obteve 104 votos, acabando como segundo suplente de vereador. Nessa condição assumiu por um curto período a vaga aberta em virtude dos pedidos de licença do titular Emiliano Gonçalves da Silva – de julho a setembro de 1964; do Dr. Rached Saliba Smaka – entre setembro e outubro; e do vereador Osmário Gaio – entre novembro e dezembro do mesmo ano.
Retornou à Câmara Municipal no ano seguinte, ainda na condição de suplente, para substituir mais uma vez o vereador Emiliano Gonçalves da Silva, no período de julho a setembro; e novamente o vereador Osmário Gaio – no período de 06 de dezembro de 1965 a 05 de março de 1966. No dia 20 de agosto daquele ano, pela sexta vez foi convocado para assumir o mandato legislativo – dessa vez para substituir pela segunda vez o Dr. Rached Saliba Smaka. No início do ano seguinte – 1967 – passou a compor a mesa executiva na função de primeiro secretário. Permaneceu na condição de suplente empossado até o dia 12 de agosto de 1967, quando em virtude da vaga aberta pelo abandono do mandato pelo vereador Sílvio Ferreira de Moraes (em verdade, falecido em maio daquele ano), foi empossado definitivamente como titular, assim permanecendo até o final daquela legislatura. Na eleição para a composição da mesa executiva que iria dirigir os trabalhos legislativos durante o ano de 1968, foi eleito para a vice-presidência da Casa.
Nas eleições municipais realizadas no dia 15 de novembro de 1968 disputou mais uma vez a uma vaga na Câmara Municipal, como candidato da ARENA. Mas, ao receber 116 votos, mais uma vez acabou como suplente. Durante o quatriênio 1969-1972, que se estendeu aquela legislatura, não houve a necessidade que ele fosse convocado para cobrir eventuais ausências de titulares.
Em 15 de novembro de 1972, após mais uma disputa – a quinta consecutiva para o cargo de vereador – concorrendo pela ARENA, alcançou o seu objetivo ao ter o seu nome referendado por 297 eleitores. Empossado no dia 31 de janeiro de 1973, passou a fazer parte da mesa executiva da Câmara Municipal na condição de segundo secretário para o biênio 1973-1974 e como vice-presidente no biênio seguinte – 1975-1976.
Após ter participado das últimas cinco campanhas como concorrente a um cargo legislativo, nas eleições municipais de 1976 concorreu mais uma vez, mas dessa vez na condição de vice-prefeito em uma das sublegendas da ARENA, formando dupla com o candidato a prefeito – o vereador Arvelino Franco de Oliveira. A dupla obteve 1991 votos – a segunda maior votação dentre os candidatos ao cargo executivo.
Não tendo alcançado o seu objetivo, fez dessa a sua última participação na política local. Passando a partir de então a se dedicar à família e aos hobbies que cultivava, como a pescaria – uma paixão – e a aplicação prática dos seus conhecimentos como técnico de rádio e TV, os quais alcançara através de uma de suas características mais marcantes: a curiosidade por tudo o que considerava como novidade. Curiosidade essa aliás, que fez com que ele através de muita leitura, possibilitada principalmente no tempo em que exercera a profissão de taxista, em que durante a espera por passageiros para transportar, acabasse por se tornar um exímio intérprete das leis em geral e um profundo conhecedor da Lei Orgânica do Município.
Durante o período em que esteve envolvido na política local, mesmo quando não se encontrava investido de mandato eletivo, defendeu fiel e obstinadamente os interesses da população da região em que residia, tendo grande parcela de contribuição para o desenvolvimento daquela região. Foi um dos doadores dos imóveis destinados à construção da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Primavera; também naquele bairro, doou o imóvel para a edificação da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, e de igual forma, procedeu para que fosse construída pelo Estado, uma unidade escolar que depois de inaugurada, em uma justa homenagem, recebeu o nome de seu pai – Ginásio Estadual “João Batista Vera” – hoje, um Colégio Estadual.
Passou os seus últimos anos vivendo no litoral do Paraná – em Praia de Leste. Mas ao falecer – no dia 13 de setembro de 1988, se encontrava na sua residência em Piraquara, localizada as margens da Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel.
No dia 13 de abril de 1993, através do decreto municipal nº 1279/93, foi criada no Jardim Primavera das Laranjeiras, a Escola Municipal “João Batista Salgueiro”. A nova escola passou a dividir a mesma estrutura física ocupada pelo Colégio Estadual “João Batista Vera”. Esse compartilhamento de espaço se estendeu por vários anos quando finalmente, no dia 26 de julho de 2008, a Escola Municipal “João Batista Salgueiro” teve a sua ampla e moderna sede inaugurada, se tornando então a maior unidade escolar do município de Piraquara.
Pesquisa e texto: RENATO CARDOSO DOS SANTOS